Tributo a três escritores unidos pela cegueira
O Globo - 05/01/2008
por Sergio Amaral Silva
O que existe em comum entre o argentino Jorge Luís Borges (1899-1986), o brasileiro João Cabral de Melo Neto (1920-1999) e o irlandês James Joyce (1882-1941), além do fato de terem sido grandes escritores do século XX, não-ganhadores do Prêmio Nobel? Claro, foram também contemporâneos por alguns anos (quando Joyce morreu, o pernambucano Cabral, aos 21, ainda inédito, preparava sua estréia literária no Rio de Janeiro, para onde acabara de se mudar). Mas, para efeito deste texto, a resposta é: a cegueira, que atingiu, progressivamente, os três. A partir dessa idéia, o jornalista paulistano Julián Fuks, especializado em literatura hispano-americana, construiu as histórias deste livro, relatos que ele chamou de Literatura e cegueira (Record, 160 pp., R$ 30). Trata-se de uma engenhosa montagem, que preenche as lacunas do que não se sabe sobre os autores com uma ficção verossímil. Ou seja, as histórias combinam o que de fato aconteceu e o que pode ter acontecido na vida dos personagens que Fuks confessadamente admira.
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