14.5.10

¿Producción editorial...?

Em sua primeira coluna para o PublishNews, Cindy Leopoldo conta sobre o que não se sabe sobre o trabalho dentro de um departamento editorial

11/05/2010

Na quinta-feira passada aconteceu de novo:

— Onde você trabalha?
— Em uma editora de livros.
— Legal! Faz o que lá? É designer?
— Não. Cuido mais da parte de texto.
— Ah, traduz?
— Não. Eu mando pra tradução.
— Ah, você escolhe o livro e manda pra tradução.
— Não, eu não escolho. Eu sigo um cronograma. Quem escolhe quando lançar os títulos são outras pessoas.
— Ah, então você só manda pra tradução... Entendi.
— Não, eu faço um milhão de outras coisas!
— E o que tem mais pra fazer?
— Todo o livro! Peraí, deixa eu explicar do início...

Quando tenho esse tipo de conversa, sempre penso que é impressionante como minha profissão e, principalmente, meu cotidiano de trabalho são ignorados... Acredito que isso aconteça com muita gente de muitas profissões, mas me assusta o fato de o livro estar em (quase) todo lugar, ser um objeto venerado por muita gente – inclusive por muitas das melhores cabeças da Terra –, e muitas vezes nem mesmo os próprios autores imaginam como se dá a produção de um título.
Assim, pensei esta coluna como uma tentativa de apresentar a produção editorial não apenas às pessoas de outras áreas, mas, necessariamente, também àqueles que trabalham com livros e não encontram um espaço para trocar ideias com outros profissionais do setor sobre as melhores práticas que poderiam nos ajudar a estabelecer padrões (ou benchmarks) a serem (primeiramente) perseguidos e (depois) superados.
Inicialmente, seria útil fazer um levantamento, ainda que incompleto, de como as editoras se subdividem em departamentos, com uma comparação entre os cargos e as funções que existem no mercado, até chegarmos em um nível mais específico da discussão, que seria uma reavaliação de prazos, escopos e níveis de qualidade exigidos em cada etapa da produção de livros (tradução, copidesque, editoração, revisão tipográfica etc.), de forma que possamos repensar (e desautomatizar) nossa maneira de trabalhar no dia a dia, melhorando a qualidade dos livros, ao mesmo tempo que tornamos mais dinâmica nossa relação com o trabalho.

Até a próxima!


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