Biblioterapia pode ser mais eficaz que antidepressivo
Folha de S. Paulo - 31/08/2010 -
Por Hélio Schwartsman
Livros de autoajuda na área médica vendem horrores por uma razão muito simples: eles funcionam. Num trabalho publicado em 2004 no periódico "Psychological Medicine", Peter den Boer e seus colegas da Universidade de Gronigen, na Holanda, compararam vários estudos que avaliaram a eficácia da autoajuda (biblioterapia) em casos clínicos de ansiedade e depressão. Concluíram que a ela é significativamente mais eficaz do que placebos e praticamente tão eficaz quanto tratamentos curtos ministrados por um profissional. Ainda mais interessante, ela se mostrou medianamente mais eficaz do que o uso de antidepressivos. Antes, porém, de trocar seu psiquiatra (R$ 400 a sessão) e seu Prozac (R$ 145 a caixa com 28 cápsulas) por um livro (R$ 19,90 o exemplar de Como curar a depressão, da Sextante), convém fazer algumas ponderações. Parte do efeito positivo blioterapia pode ser atribuído a um viés de seleção. Deprimidos que buscam ativamente uma mudança de comportamento -ou seja, aqueles que compram os livros- são melhores candidatos à cura do que os pacientes que sucumbiram à apatia.
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